O Caminho do Sol : Arcano XIX do Tarot


 O Sol corresponde à esfera central da Árvore da Vida (Self) onde encontramos o arquétipo do herói ou o nosso Eu Superior/Self. Portanto, no nosso corpo de manifestação áurico ou vital, sua localização é sincrônica com o chakra que leva o seu nome: plexo solar. A falta de propósito, motivação, o obscurecimento do brilho e da Vontade pessoal, além da não manifestação do nosso Self ou essência que quer nos dirigir para a criatividade e realização, podem originar desequilíbrio glandular e, consequentemente orgânico envolvendo pâncreas, fígado e baço.

 O Arcano 19, o Sol, no Tarot de Crowley representa a conexão entre o inconsciente do Plano Astral e a racionalidade da esfera da Mente. Simbolicamente, isto é fácil de compreender lembrando que ele nasceu com sua irmã gêmea, Artemis demonstrando a importância do equilíbrio entre ambos os princípios masculino e feminino, racional e irracional dentro de cada um de nós. Por isto que, além da mais conhecida mensagem do templo de Apolo “Conhece-te a ti mesmo”, também encontra-se inscrita na sua entrada: “Nada em excesso.” O resultado balanceado entre a Vontade, o querer do Sol, com as necessidades lunares. Esta é a maior armadilha do Ego. Nem sempre o que queremos é o que precisamos e vice-versa. O excesso advém do descontrole de um dos lados e do não cumprimento da primeira mensagem “Conhece-te a ti mesmo”. Este “conhecer” não alude a o que o indivíduo gosta, seu cargo profissional, sua posição na família ou na sociedade. É a sua mônada quântica, sua alma, seu Eu Superior. No Português, podemos diferenciar os verbos “ser” e “estar”. Tudo o que ocorre a nível do Ego é “estar”. “Ser” significa infringir o tempo e o espaço. Refere-se à sua essência e propósito ou carma.

 Ao redor do Sol flamejante de 12 raios, encontramos a representação gráfica dos 12 signos astrológicos. Assim funciona o sistema solar, inclusive a Astrologia que segue o modelo geocêntrico – o referencial, o objeto de estudos é a Terra, seus habitantes e acontecimentos. Até mesmo Galileu e Johannes Kepler compreenderam que a descoberta do heliocentrismo, ou seja, o Sol como estrela central do nosso sistema, não interfere na prática da interpretação astrológica (“A História da Astrologia”, Kocku von Stutckard).

A Astrologia interpreta o Sol como o centro do nosso ser, nosso “aurum nobilis” e fonte da energia vital. O arcano destaca o Sol, mas lembra que nosso processo de individuação junguiana significa a reconexão com todos os arquétipos da Consciência cósmica dos 12 signos.

As crianças aladas em frente a uma montanha cingida por um cinto celebrando o nascer do Sol e o renascimento indicam renovação, novas possibilidades após profundas mudanças do Aeon e a cada oportunidade de encarnação.  

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