Casas Astrológicas : Eixo das Casas 5 e 11

 


A configuração celeste da manhã de hoje me chamou à atenção com um aspecto importante: Saturno em Aquário fazia oposição exata à Lua em Leão. Trata-se de um aspecto tenso envolvendo o eixo da autoconsciência (Leão) e da consciência coletiva (Aquário), que desafia a expressão individual na sociedade.

Entretanto, assim como existem infinitas possibilidades de mapas de nascimento, também existem as mesmas infinitas possibilidades de expressão individual e de sociedade. Estas possibilidades estão na configuração das casas 5 e 11 do mapa astrológico individual.

Cada casa astrológica é regida por um signo, cujo astro regente pode estar ou não na mesma casa, no mesmo signo ou em casa e signo diferentes. Além disto, a casa astrológica em foco pode ter astros que regem outros signos e outras casas. Sem contar os aspectos (ângulos) entre astros regentes ou presentes na casa. Sim, a análise de uma casa astrológica é tão complexa quanto o ser humano representado pelo mapa astrológico em seu potencial.

Mas vamos às casas 5 e 11 que formam um eixo complementar, assim como os signos de Leão e Aquário dos quais derivam.

A casa 5 representa a individualidade, a auto-expressão, a criatividade e, em linguagem junguiana, representa o processo de individuação que transmuta as máscaras do ego na pureza do self. Em outras palavras, esta casa simboliza o processo, o passo-a-passo do autoconhecimento que, obviamente, é singular para cada indivíduo.

A casa 11 representa a qualidade do público, sociedade, comunidade, amizades e grupos onde podemos expor e representar a individualidade da casa 5. Vemos o significado e a importância da complementaridade de ambas as casas quando lembramos que, quanto mais a pessoa é autêntica consigo mesma e com os outros, evitando as máscaras e representações em situações relevantes, maiores as chances de estar inserida em uma comunidade que compartilha os mesmos ideais, onde reina a cooperação mútua. Quando usa-se máscaras ou, quando fazemos o caminho inverso que é adaptar-se à sociedade e seus ditames vigentes, limitamos nosso processo de individuação. É como se quiséssemos permanecer na caverna de Platão, nos iludindo com sombras, ao invés de caminharmos em direção à luz da Consciência ou ao nosso aurum nobilis.

Solidão

Não há nada de errado em não encontrar a sua turma ou não se adaptar a uma determinada comunidade onde trabalha ou mora. Muitas pessoas escolhem a solidão como opção de autenticidade. A solidão se tornou um problema na visão de muitas pessoas e até uma anomalia. Claro que é quase impossível não interagir com o ambiente e com as pessoas que pertencem a ele. Ser uma espécie de eremita, nos dias de hoje, também é contraproducente. Afinal, dependemos uns dos outros.

No entanto, a opção de não “clonar” o comportamento ou a visão comum à sociedade é coerente com a sua própria singularidade. Claro que esta escolha significa destacar-se dos demais, correndo o risco de ser julgado e afastado por incompatibilidade.

Quando temos plena consciência dos potenciais das nossas casas 5 e 11, qualquer julgamento, rejeição e possível isolamento não são motivos de preocupação com a própria existência. Em um mundo onde o comportamento de manada comandado pelas ferramentas da mídia tornou-se lugar comum, ser diferente e solitário é sair da caverna. O conhecimento das casas 5 e 11 em seu mapa natal expande a possibilidade de compreender a si mesmo e a busca pelas interseções com indivíduos afins. A análise dos trânsitos sobre seus regentes revela se o momento é de libertação de algum segmento da sociedade ou aprofundamento do próprio processo de individuação, dentre outras infinitas possibilidades.

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