Aleister Crowley

 

Talvez o mais controverso personagem do mundo esotérico, este inglês nascido no final do século 19 deveria ser objeto de estudo mais aprofundado. Ao ouvir seu nome, muitas pessoas se persignam, uma vez que ele costuma estar ligado à prática do satanismo. Afinal de contas, em um determinado momento de sua vida, ele se autodenominou “A Besta 666”.

Aleister Crowley era um libriano nada diplomático ou afável: ele nasceu quando Mercúrio já se encontrava no signo de Escorpião, daí o sarcasmo e a ironia de seus escritos aliados a um conhecimento aprofundado de pesquisador obsessivo nas áreas da Magia, da Egiptologia, da Mitologia, Astrologia, Numerologia, Cabala, Gematria dentre outras. Maçom, co-fundador da Ordo Templi Orientis e da Astrum Argentum, sempre esteve ao lado de figuras do mais alto calibre da Arte da Magia, dentre eles McGreggor Mathers, chefe da Golden Dawn. Também teve seu trabalho tomado como referência por Dione Fortune, Israel Regardie, Papus etc.

Em abril de 1904, durante uma viagem ao Egito, resolveu invocar o deus Hórus em um ritual. Uma entidade que se denominou Aiwass manifestou-se e ditou o então Livro da Lei de Thelema, uma espécie de “bíblia da Nova Era”, extremamente simbólica e metafórica, repleta de códigos numéricos que remetem à Gematria, cujo significado é de uma filosofia que só um iniciado e conhecedor das ciências esotéricas consegue decifrar. Todo este mistério tem uma boa razão de ser: apenas aqueles que conhecem e entendem Astrologia, Cabala e Numerologia têm condições de compreender o real significado da Lei de Thelema, ou seja, há uma exigência de aprofundamento e iniciação nas leis herméticas para 'quebrar o código' e evitar as interpretações errôneas baseadas em sistemas céticos e obtusos. Esta é a primeira premissa da Era de Aquário: o Conhecimento amplo e liberal. Não apenas a fé cega contrapondo o ceticismo da Era de Peixes. O Conhecimento derruba as fronteiras dogmáticas e os preconceitos. A queda de tabus, a falência de várias instituições como o casamento, a família, sistemas governamentais e econômicos, além das religiões em geral, demonstram a fase intermediária em que vivemos e a insatisfação com o “status quo”. Por isto, Crowley dizia ser a Besta 666 – não aquele demônio com chifres, mas o mensageiro da Luz que revoluciona, liberta e prepara mentes para a Era de Aquário.

Faz o que tu Queres há de ser o Todo da Lei” é a sentença mais famosa da Lei de Thelema, e a mais mal interpretada. Muita gente achou que era uma desculpa para expor qualquer tipo de instinto selvagem, sem limites e sem justificativas. Este “Querer” ou “Will” do original em inglês, na verdade, é o Desejo de Realização Suprema do ser humano, aquilo que motiva sua vida, que é a essência da sua existência. Este “Querer” é identificado na Árvore da Vida (Cabala) como Tipharet – o herói ou o salvador dentro de nós – regido pelo Sol que, no nosso mapa astrológico individual é significador da nossa realização como indivíduos na Terra.

Tipharet, o Sol, é o Salvador, o Sagrado Anjo Guardião que descobrimos dentro de nós por meio do exercício do autoconhecimento e da meditação. Portanto, na Era de Aquário os seres humanos deverão ter conquistado uma etapa superior de maturidade e evolução espiritual suficiente para não necessitar de alguém que os perdoe ou que se crucifique pelos seus pecados. “Pecado é restrição” coloca a Lei. Se somos responsáveis pelos nossos atos, se existe um cristo dentro de nós e devemos reconhecê-lo como tal, definimos as próprias regras de nossa existência, obviamente após um grande exercício de auto-conhecimento.

Cada Homem e cada Mulher é uma Estrela”. Cada um de nós tem uma Vontade própria e um brilho próprio. Thelema significa justamente Vontade em grego e é nossa maior energia propulsora rumo a nossa missão ou realização definida pelo nosso Sol natal.

Discorrer sobre o Livro da Lei de Thelema é objeto para vários livros, reuniões, troca de opiniões. Trata-se de uma filosofia complexa e carente de pessoas sérias e destituídas de dogmas religiosos ou outros interesses pessoais que possam debruçar-se sobre uma teoria capaz de abrir mentes. O melhor canal que o próprio Crowley, auxiliado pela artista plástica e egiptóloga Frida Harris, desenvolveu para o entendimento de sua filosofia é o Tarot de Thoth, ou Tarot de Crowley, como também é conhecido.

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