O Astrólogo, Segundo Girolamo Cardano

 

"O ASTRÓLOGO ideal só começa a interpretação quando domina todas as técnicas e as tenha testado em si mesmo exaustivamente; ele deve se livrar de sentimentos que influenciem suas afirmações; não deve se ocupar com questões triviais e não deve elaborar prognósticos públicos; não deve fazer previsões para alguém que apenas o põe à prova, alguém que não saiba exatamente a sua data de nascimento ou para quem pague pouco, só deverá portanto, afirmar algo quando controlar todas as técnicas e tiver considerado as circunstâncias especiais de vida do cliente (profissão, idade, formação, situação familiar); não deverá jamais interpretar o horóscopo para um desconhecido, um bruxo ou um príncipe tirano; deverá apresentar o seu prognóstico somente ao cliente, de maneira curta e rápida, sem digressões longas e obscuras; não deverá ocultar a um soberano uma ameaça de grave infortúnio, mas jamais deveria afirmar que ela acontecerá com certeza; e, finalmente, deverá acrescentar a cada previsão que ela só se realizará sob a condição de que o cliente não se exponha levianamente a perigos que ameaçam qualquer um, sem distinção. O próprio astrólogo deve ser um homem prudente e cordial que sabe escolher as suas palavras, veste-se com gosto e imponência, é sério, leal, honrado e exemplar em todos os sentidos. Pois, com frequência, é o artista quem adorna a sua arte” ( Quadripartitum de Ptolomeu, por Cardano)

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