Plutão em Aquário III – Quadratura com Marte

 


[Este artigo é a continuação de Plutãoem Aquário Parte II]


No meu informativo semanal 'Lua Cheia em Áries : ... Quadratura entre Plutão e Marte' de 29 de setembro mencionei a quadratura que estava se formando entre Plutão no final de Capricórnio e Marte também no final de Libra, dois signos cardinais. Alertei para o aumento da chance de piorar conflitos em todas as dimensões particulares e globais, tendência que se estenderia até meados de outubro, quando Marte estará em trânsito por Escorpião. Plutão encontra-se “estacionado” a 27º de Capricórnio e, em meados de novembro, voltará a seu movimento direto até entrar definitivamente em Aquário em janeiro de 2024.

Em 07 de outubro, devido ao ataque realizado pelo partido Hamas contra Israel, iniciou-se um conflito muito grave em uma região que costuma ser um 'barril de pólvora' desde a segunda metade do século XX até hoje. No entanto, pretendo demonstrar aqui a diferença desta ofensiva para as demais ao longo das últimas décadas não só pela quadratura tensa e destrutiva mencionada, mas também pelas configurações dos mapas de fundação de ambas as nações, envolvidos pela sincronicidade do movimento plutônico e marciano destes últimos dias. Conforme gráficos abaixo com os dois mapas de fundação, observe as respectivas luas em destaque: Palestina tem sua lua a 3º de Aquário e, Israel, a 4º de Leão, ambas praticamente em oposição exata recebendo aspecto de Plutão que vem se intensificando desde o final de 2022. Desde maio de 2023, devido ao movimento retrógrado do “deus dos infernos”, o aspecto permaneceu, porém afastou-se da orbe exata. Como eu sempre falo para meus clientes e alunos, Marte, o “deus da guerra”, opera como um 'gatilho' para situações programadas pelos planetas mais lentos, na maior parte das vezes. Quando a tensão começou entre os deuses da guerra e dos infernos a partir da lua cheia em Áries (domicílio de Marte), o gatilho fatal se formou ao mesmo tempo em que Plutão desacelerava sua retrogradação. Durante esta dinâmica planetária, a lua da Palestina, além da conjunção de Plutão ao longo dos últimos meses, também percebeu a aproximação da quadratura de Marte, vigente até 21/10. Por outro lado, a lua em Leão de Israel passa pela oposição de Plutão aproximadamente no mesmo período, além da quadratura de Marte mais recentemente.


Na Astrologia Mundial, a Lua representa o povo, as terras, o patrimônio público, as habitações, as tradições e a segurança. Desde o final de 2022, estes assuntos necessitavam de revisão, reavaliação e consequentes mudanças. Claro que estou falando do aspecto sensível à psique coletiva de ambos os povos que, de acordo com convicções e escolhas de ambas as partes, pode deflagrar aspectos distorcidos da “sombra” coletiva e foi isto que foi desencadeado de forma bastante negativa pelo aspecto de Marte a Plutão e às duas luas.

Em plena transição para a Era de Aquário, o ciclo de Plutão por este signo de 2024 a 2043 é introduzido pela singularidade entre os signos lunares acima que remetem ao eixo do Novo Aion (autoconsciência – Leão/ consciência coletiva – Aquário). Peço aos leitores que chegaram até aqui que, se ainda não leram, busquem no meu blog os artigos anteriores Plutão em Aquário I e Plutão em Aquário II para entenderem a importância do autoconhecimento antes da participação no coletivo. O contrário, ou seja, a dependência da coletividade para a formação de uma visão de mundo particular contribui para o movimento de manada, muito comum ultimamente. Os meios de comunicação, as convicções religiosas e ideológicas partem para a divisão aumentando o conflito e, até mesmo, internacionalizando o mesmo. É fácil, hoje em dia, apegar-se a palavras de ordem e ao clamor de determinados grupos, sem refletir dialeticamente sobre os acontecimentos à luz do movimento cósmico.

Lembremos que lidamos aqui com signos Fixos (Leão e Aquário), ou seja, resistentes a mudanças, que tendem a se enrijecer diante de outra autoridade ou opinião diferentes e antagônicas. No entanto, durante os próximos 20 anos este enrijecimento deve ser flexibilizado sob o aspecto macro e microcósmico. Em outras palavras, qualquer tipo de apego ou resistência a nível mundial ou individual será moído nas próximas duas décadas. A escolha pela manutenção de padrões filosóficos, axiológicos, religiosos, materiais etc demandará perdas e destruição conforme o exemplo deste último gatilho marciano. Além dos signos do eixo Leão- Aquário, os Fixos do eixo Touro (manutenção) e Escorpião (transmutação) passarão pelo mesmo desafio e, talvez, com mais intensidade.

O simbolismo que envolve duas culturas que, na Idade Média, eram aliadas contra a inquisição espanhola, precisa ser entendido de forma extrapolada. Cada signo lunar quer preservar tradições, habitações e valores que não irão se sustentar nos próximos séculos pois, o cerne destes valores e tradições é a religião. A premissa mais relevante da Era de Aquário é a aproximação entre espiritualidade e ciência. A espiritualidade hoje é dividida entre inúmeras religiões e seitas com defensores cada vez mais fundamentalistas. A ciência viciou-se no prestígio e no dinheiro, consequência de seu viés materialista e empírico. Enquanto o ser humano não resgatar o valor de um “conhece-te a ti mesmo”, eternizado por Sócrates no final da Era de Áries - a individuação é o fundamento dos signos de Fogo -, ele continuará dependendo da sociedade, da mídia, do padre, do médico, do terapeuta etc para dizer quem ele é! O caminho é a introspecção, voltar-se aos conhecimentos inatos, à intuição, à reflexão para questionar o que vem de fora! A partir do momento em que ele começa a questionar, muitas 'verdades' religiosas e científicas caem por terra, principalmente, se ele se pautar na descoberta principal do começo do século XX: a teoria quântica, que altera a visão de mundo e, consequentemente, os dogmas religiosos e os determinismos científicos não funcionam de maneira tão perfeita e verdadeira. Poucos são os cientistas filósofos que perceberam e disponibilizaram este conhecimento corajosa e seriamente como David Bohm, Fritjof Capra, Amit Goswami, Rupert Sheldrake, por exemplo. A superficialidade midiática recorre ao termo “quântico” de forma tão leviana, que acaba comprometendo trabalhos e pesquisas mais aprofundadas, pois a crítica dos materialistas não se detém em diferenciar o joio do trigo, além de barrar qualquer tentativa que diminua seu enriquecimento ou ameace o seu poder.

As filosofias hermética e taoísta, além de visionários como Bento de Spinoza, vislumbraram o entrelaçamento entre a divindade, o cosmo, a natureza e o ser humano, que não depende de doutrinas ou dogmas de qualquer religião. Aliás, quando comparamos as religiões e suas mitologias, percebemos inúmeros pontos de contato e padrões arquetípicos nas histórias de suas deidades. Estas mitologias foram divulgadas simultaneamente para todas as culturas e povos a fim de que entendessem a mensagem da ética espiritual através de símbolos mais inteligíveis para o despertar da nossa civilização. Todas transmitem o amor, o belo, o respeito à natureza e ao próximo, dentre outras coisas. Infelizmente, a visão panteísta perfeita da Substância de Spinoza não foi considerada e, a ilusão das religiões tornou-se munição para o ódio entre povos e cobiça de seus dirigentes.

Estamos nos estertores da grande era osiriana, onde o intelecto fundamental e racional tornou-se proeminente a partir da criação da escrita (era de Gêmeos, cerca de 5 mil anos a.C.). Anterior a ela, a era de Câncer, neolítico, os segredos femininos, a agropecuária e o assentamento das primeiras aldeias, além do culto à grande mãe pontuaram a Era de Ísis, quando a terra, os instintos e a intuição davam as cartas. A partir da era de Gêmeos, o intelecto e o pensamento se desenvolveram trazendo o progresso contínuo do ser humano. As grandes estruturas da era de Touro (cerca de 3 mil a.C.) como as pirâmides e círculos de pedras foram os últimos indícios da supremacia do poder intuitivo de Ísis, uma deusa tão poderosa e hábil, que conseguiu descobrir os segredos da magia do poderoso Rá.

O mito de Ísis e do seu parceiro, Osíris, representa esta transição entre o poder feminino intuitivo, mágico, sensível e o poder racional, masculino e científico. De acordo com as tradições egípcias e as profecias do Novo Aion, Hórus, filho do casal, representa o deus da Era de Aquário. Hórus é a união das qualidades dos pais. Guerreiro, inteligente, combateu o tio Seth por ter assassinado seu pai. Seus olhos são atribuídos ao Sol (direito) e à Lua (esquerdo) demonstrando a perfeita sintonia entre a intuição, espiritualidade, magia com a racionalidade e o entendimento lógico e científico.

Quando será que a humanidade como um todo irá refletir e colapsar esta nova realidade e visão de mundo revolucionária? Quanto maior a resistência a ela, maior a destrutividade nos tempos vindouros.

Peço a você, caro leitor e cara leitora, que divulgue este conhecimento para seus contatos. Vamos disseminar esta filosofia para o maior número de pessoas, a fim de que o medo, a resistência, a ignorância sejam substituídos pelo discernimento e pelo autoconhecimento.

🚩Desde a publicação de Plutão em Aquário I no ano passado, abri um grupo no Telegram para trocarmos impressões sobre um evento tão relevante para cada um de nós e para a humanidade como um todo: https://t.me/PlutAquario


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