Despedida

 

Meu encontro com a Astrologia aconteceu depois de uma vida de buscas existenciais. De onde vim, para onde vou, quem é Deus, Deus existe? São questionamentos que trago desde minha infância.

Por isto que a Astrologia para mim é muito mais do que autoconhecimento ou planejamento para metas futuras. Trata-se de uma vertente da filosofia hermética apoiada pela nova ciência ou ciência quântica que comprova e demonstra que existe algo muito maior do que a minha existência. A Substância de Spinoza, o mundo das Ideias de Platão, a Sincronicidade de Jung se aproximam desta grandeza na minha opinião. Você pode chamar de Deus, Jeová, Adonai, Krishna, enfim, o nome desta grandeza não a define, mas a Astrologia comprova sua existência simplesmente porque traduz sua linguagem tal qual a pedra de Roseta foi fundamental para revelar os hieróglifos e um mundo de conhecimentos advindos dos mesmos.

A Astrologia é a linguagem simbólica do Deus de Spinoza, a Substância, para a humanidade que depende de uma linguagem organizada e racional. Para decifrar e traduzir esta linguagem, é necessário mergulhar no mundo panteísta, quântico, monista e arquetípico da Substância spinoziana sem pré-juízos e compreendendo os atributos ou a pureza dos arquétipos. Não é fácil, mas é possível por meio de muito estudo e reflexão silenciosa.

Em 2008, enquanto outros astrólogos faziam coro aos vaticínios de Al Gore sobre o derretimento das calotas polares até 2014 e responsabilizaram o ingresso de Plutão em Capricórnio, eu mergulhei no silêncio e na reflexão quanto ao padrão energético deste signo Cardinal do elemento Terra: ele é representado pela cabra-montês, cuja perseverança supera a dificuldade nas escaladas das montanhas íngremes para chegar a seu topo. Saturno, regente de Capricórnio, é um titã que usurpou o trono de seu pai, Urano, a pedido de sua mãe, Gaia. O medo de ser traído por algum filho, o transformou em um monstro devorador dos próprios filhos recém-nascidos até que Júpiter, protegido pela mãe Réia e alimentado pela cabra Amalteia, o substituiu e recuperou os irmãos fazendo o pai regurgitá-los.

De fato, a partir de 2008 a entrada de Plutão em Capricórnio iniciou o 'derretimento' da economia mundial com a crise no poderoso sistema bancário nos EUA destruindo o topo da montanha da segurança financeira global antes firme e imune a tremores, atingindo desde grandes investidores até o trabalhador. O medo e a insegurança de perder as conquistas materiais depois de muita luta e sacrifício para “subir na vida” culminou na máxima da agenda globalista proferida por Klaus Schwab: “você não terá nada e será feliz.” A ameaça da perda do poder e do direito à propriedade privada gerou um clima de desespero em cada homem e em cada mulher que sonhavam em conquistar seu lugar ao Sol e dedicar-se à construção de uma vida digna para seus descendentes. Depois de dez anos das previsões catastrofistas de Gore, percebemos que o derretimento das calotas polares nada mais é do que uma das diversas narrativas às quais somos expostos frequentemente em um mundo que se afastou dos arquétipos, das mitologias, dos valores da Espiritualidade e de Deus.

No ambiente de inseguranças e perdas promovido pelo longo trânsito de Plutão em Capricórnio, eis que somos submetidos à maior experiência totalitária em 2020, quando Plutão encontra-se com Saturno, também transitando por Capricórnio. Em abril daquele ano, publiquei “Ciclos de Plutão com Saturno e as Pandemias do Medo” depois de pesquisar os alinhamentos anteriores destes astros que gostaram de promover o caos em 1914, 1947, 1982, períodos em que o deus dos Infernos e o titã vingativo resolveram incutir o pânico e a destruição entre as criaturas mais amadas de Júpiter: nós, humanos. Conforme Saturno e Plutão iam se distanciando, os humanos aos poucos – nem todos – perceberam que foram peões de um jogo perverso onde, além da retirada compulsória de suas liberdades básicas, a crise econômica apenas aprofundou-se, assim como o receio pela sobrevivência digna.

Conforme Plutão “ensaiava” sua entrada em Aquário (veja Capítulo I; Capítulo II e Capítulo III no blog) desde 2023, as máscaras das autoridades mundiais por ocasião da pandemia de 2020 começaram a cair. Questionada sobre a segurança e eficiência da vacina, a CEO da Pfizer afirmou não ter dados de testes apropriados antes da experiência em humanos por causa da “velocidade da ciência.” O ex-conselheiro do governo dos EUA, Anthony Fauci respondeu literalmente “it just appeared” (apenas apareceu) quando questionado sobre a origem das medidas de distanciamento, máscaras e outras prevenções impostas de forma autoritária sob a falácia científica. Plutão começava a provocar o despertar da população global enquanto percorria os primeiros graus de Aquário. Revoltas e protestos começaram a surgir em vários países, não apenas por causa das falácias pseudocientíficas sobre a pandemia, mas também por causa de medidas governamentais cada vez mais ditatoriais: fazendeiros europeus, mulheres iranianas e estudantes chineses são apenas alguns exemplos que me ocorrem de dois anos para cá. E vem muito mais.

Hoje, 20/11/2024 Plutão despede-se de Capricórnio deixando um rastro de inseguranças, perdas, mas uma grande mudança de paradigmas. Antes confiávamos na idoneidade das instituições para prover empregos e assistencialismos. Agora, temos que subir a montanha sem confiar na continuidade da trilha. Alguns de vocês que estão lendo este texto sabem que tiveram que mudar de trilha ou mudar de montanha a duras penas nos últimos 16 anos.

Plutão ingressa em Aquário definitivamente e permanecerá neste signo até 2043. Publiquei o vídeo Plutão em Aquário - Reflexos Coletivos e Individuais onde detalho seu trânsito anterior por este signo entre 1778 e 1798, época das grandes revoluções, quando as populações revoltaram-se contra regimes absolutistas e imperialistas. Este mesmo quadro de revolta popular repete-se atualmente contra ditaduras e, principalmente, a tentativa de um governo global ou de uma nova ordem mundial cujas metas são acabar com a soberania dos países e restringir ainda mais as liberdades individuais ao estilo de Orwell em seu '1984'.

É importante perceber que o percurso de Plutão em Aquário opõe-se a Leão, signo complementar de Aquário. Eles fazem parte do eixo da autoconsciência (Leão) e da consciência coletiva (Aquário). A oposição de Plutão a Leão pode aniquilar a autoconsciência humana a partir da inteligência artificial, por exemplo. Em outras palavras, as ferramentas tecnológicas de última geração estão atrofiando paulatinamente a consciência, a criatividade e a vontade humana a ponto de levar um jovem ao suicídio. Em meu livro Salto Quântico Astrológico afirmo que:

Este eixo demonstra a correlação entre o indivíduo e a sociedade. Mas, devemos entender que esta correlação é muito frágil, uma vez que qualquer questionamento da Alma e da Vontade do Eu Superior em Leão irá mudar a abrangência na participação dos ideais e da união em Aquário. Um ego dependente da aprovação e do aplauso da sociedade valoriza a inserção no grupo, ao invés de sua autorealização. O caminho deve ser inverso: antes buscar e reconhecer o “eu sou” para depois unir-se harmonicamente no “nós somos”.

O desenvolvimento do Eu Superior, do Cristo-Sol, da Alma, da Vontade deve ser a prioridade para cada indivíduo nos próximos vinte anos a fim de preservar não apenas a autoria existencial como também a centelha divina que faz de cada um de nós seres únicos.

Cada homem e cada mulher é uma estrela.” (Aleister Crowley, profeta do Novo Aeon ou Era de Aquário.

A entrada de Plutão em Aquário significa o começo da Era de Aquário? Vejo estas “inaugurações” desde 21/12/2012 (fim do calendário maia). Sinto muito informar que os eventos cósmicos desta grandeza não têm data certa no calendário civil. Vivenciamos esta transição desde o final do século XVIII, quando a humanidade começou a tornar-se mais racional, aderindo à modernidade e ao mecanicismo. Quando Crowley referiu-se ao arcano 20 no Livro de Thoth, o Aeon, que representa o nascimento do avatar da Era de Aquário, Hórus, ele previu que ainda faltariam quinhentos anos para que estes novos paradigmas se estabeleçam. Isto foi em meados do século XX.

Viver nos tempos atuais não é fácil. Precisamos sempre estar alertas e autoconscientes. A tecnologia aquariana não tem limites, muitos já se tornaram dependentes dos celulares. Como vimos com os vaticínios e as interpretações de Plutão em Capricórnio tiradas do devaneio de muita gente, o questionamento a respeito de qualquer informação que chega a nós através das ferramentas atuais de inteligência artificial é de suma importância para não embarcarmos nas mentiras e narrativas que anulam o deus que habita em nós. Falando em deus, Hórus é filho de Ísis e Osíris. Um guerreiro que reúne o conhecimento mágico e intuitivo da mãe com o poder de estratégia do pai. Portanto, preparem-se para a batalha contra a atrofia da alma. Comecem compartilhando este e meus próximos escritos. 2025 será movimentado com travessia dos outros transaturninos rumo a signos subsequentes.


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