Determinismo


 Há algum tempo atrás, uma cliente aflita procurou-me para confirmar um vaticínio de outra “astróloga” que afirmou categoricamente que, aos 72 anos, ela iria ficar muito doente.

A título de uma consulta com a temática parecida com as progressões secundárias, ela não desenvolveu o porquê nem deu maiores detalhes desta tal “doença”. Mesmo a 30 anos da fatalidade, a vítima estava preocupada, apreensiva até com a possibilidade de alguma doença degenerativa como o Alzheimer.

Ora, tornou-se comum nos círculos esotéricos e terapêuticos o termo “quântico” ligado a curas, autoconhecimento e terapias diversas, muitas vezes usado de forma superficial. Infelizmente, “quântico” virou um modismo sem que o terapeuta entenda o princípio da incerteza, inerente à teoria quântica, ou seja, a impossibilidade de se prever a localização da partícula subatômica no tempo e no espaço. Portanto, se você é um profissional da área holística ou esotérica e enche a boca para falar “quântico”, mas afirma qualquer vaticínio para seu cliente, você está caindo em contradição. Das duas uma: você permanece no determinismo praticando a astrologia medieval ou ajuda seu cliente a descobrir a miríade de possibilidades que o universo quântico provê. A dificuldade está em entender e fazer entender o princípio da incerteza, que incomoda a todos que preferem acreditar no determinismo, nos rótulos ou nos diagnósticos psiquiátricos, por exemplo. Repararam que muitas pessoas se apegam a diagnósticos do tipo TDAH, autismo, bipolaridade, distimia, ansiedade etc, como se os diagnósticos fossem soluções por si mesmos? Infelizmente e, mesmo depois de mais de 100 anos da descoberta do mundo subatômico, a maioria dos cientistas ainda estão apegados ao determinismo, pois é muito mais confortável rotular um cliente, entupi-lo de medicamentos, a mostrar para ele a capacidade de escolha e de orientá-lo rumo a novos paradigmas. Isto não é amigável com a indústria farmacêutica, mas é demorado, exige diálogo e, na minha opinião, exige regredir à essência do mapa astrológico de nascimento.

Por isto que sempre tento demonstrar a importância da interpretação do mapa natal. A partir daí, pode-se visualizar todas as possibilidades daquele indivíduo, como e quando trabalhar com elas. Os trânsitos e progressões planetárias são os desenvolvedores destas possibilidades, desafiando e estimulando cada ponto singular do mapa individual possibilitando a expansão da consciência do ser humano e o seu respectivo livre arbítrio. Para muitos, a ideia da responsabilidade por suas próprias escolhas em um multiverso criado por ele mesmo diante das incertezas pode ser aterrador. No entanto, para aqueles que praticam o autoconhecimento profundo compreendendo de forma inteligente o próprio mapa astrológico significa liberdade e plenitude.



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