O ASCENDENTE COMO MEMBRANA E LENTE
O ascendente no mapa astrológico é um dos elementos mais mencionados e conhecidos da Astrologia, porém pouco conhecido em sua complexidade.
No momento da nossa primeira respiração, quando chegamos à Terra e nos submetemos às dimensões de Tempo e Espaço, um dos doze signos está ascendendo a leste. Em outras palavras, se traçarmos um prolongamento da linha do horizonte em direção do nascer do Sol, ou seja, na direção leste, encontramos o signo ascendente daquele momento.
Assim, o ascendente representa uma máscara e também uma membrana de troca entre o Eu e o mundo que o cerca.
No entanto, se você acredita que definir um dos doze signos como seu ascendente é o suficiente para entender esta membrana ou lente do seu Eu, você conhece apenas a pontinha do iceberg.
O signo presente no ascendente possui um ou dois astros regentes, também chamados de regente(s) natal(is). Cada regente natal encontra-se em qualquer um dos doze signos e doze casas, além de fazer aspectos com outros astros e, até mesmo, com o próprio ascendente. Sim, o ascendente também recebe aspectos dos astros!
Entenderam a complexidade? Interpretar o ascendente é de extrema responsabilidade por parte do astrólogo e do terapeuta. É a partir do ascendente que começa a interação inteligente entre cliente e astrólogo, permitindo-nos o acesso aos portais do Eu do cliente com a devida alteridade e a percepção da forma como os assuntos são filtrados pela sua membrana singular.
Um ascendente em Áries, por exemplo, pode ser definido como impulsivo, ágil, competitivo, agressivo mas, se ele recebe uma quadratura de Saturno em Capricórnio na décima casa do mapa natal, a situação é diferente. A agilidade ariana pode ficar comprometida pelo “esfriamento” saturnino deflagrando medo ou insegurança. Se Marte, regente natal, estiver em Câncer, a agressividade pode ser deflagrada como autodefesa ou reflexo distorcido de alguma angústia interna. Outro exemplo: se Júpiter em Leão na quinta casa realiza um trígono com o ascendente, as atitudes competitivas podem ser associadas a uma boa dose de autoconfiança e criatividade, e assim por diante. As variáveis são quase infinitas.
A interpretação minuciosa e profunda do ascendente não apenas auxiliará a interação com o cliente, mas também para alertá-lo para possíveis discrepâncias entre sua sensibilidade lunar ou sua objetividade solar e as atitudes moldadas pelo ascendente. Em outras palavras, o excesso de confiança de um ascendente em Sagitário pode se deparar com decepções e obstruções durante o caminho do Eu, que podem constranger ou, até mesmo, traumatizar uma Lua em Peixes. Quando temos acesso a estas informações, começamos a compreender muitas contradições da alma humana.
Por fim, a interpretação do ascendente também é fundamental para a Astrodiagnose. Muitas vulnerabilidades podem ser identificadas na interpretação do ascendente, seus aspectos natais e seus aspectos por trânsito. A vulnerabilidade física do ascendente em Touro, por exemplo, encontra-se no pescoço: garganta, laringe, faringe, cordas vocais, coluna cervical. Claro que não significa um constante problema nesses órgãos mas, a breve passagem de Marte por Aquário, que realiza quadratura ao ascendente em Touro por alguns dias, tende a criar um estado febril e uma infecção na garganta, por exemplo. Marte em trânsito costuma provocar situações estressantes que acarretam alguma reação orgânica.
Sempre recomendo para aqueles que têm ascendente no signo de Peixes ou em conjunção com Netuno todos os cuidados para a devida proteção astral e energética. Peixes ou Netuno no ascendente são como “esponjas psíquicas” que, se não devidamente blindados seja com florais, cristais e ervas apropriadas, podem absorver energias invasivas ou ataques psíquicos do ambiente e dos outros.
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