Por que Arsenicum album?

 


Por que Arsenicum album?


Vocês devem ter percebido que, dos quatro casos clínicos relatados acima, três foram tratados com Arsenicum album. A razão desta predominância está intimamente ligada a determinados ciclos planetários que encaminham o consulente ao astroterapeuta.

Via de regra, boa parte das pessoas que procuram a consulta astroterapêutica frustraram-se previamente com as consultas médicas, psicológicas, psiquiátricas e, até mesmo, de vertente religiosa. Além do sofrimento, estes indivíduos apresentam questionamentos sobre seu lugar no mundo, sobre ocorrências traumáticas em sua vida, tentando encontrar algum sentido para sua situação atual.

Conforme o capítulo dedicado aos policrestos, além do tropismo físico de Arsenicum album ser o aparelho digestivo, o signo de Virgem e os ciclos de Plutão estão intimamente ligados à recomendação deste medicamento. Os ciclos plutonianos e saturninos são campeões em direcionar as pessoas à consulta astrológica pelo fato de que ambos causam as situações que levam o indivíduo a questionamentos sobre seu papel no mundo, além de provocarem o devido salto quântico evolutivo. Plutão, em especial, traz efeitos exógenos como perdas ou mudanças dos mais diversos temas, que podem causar o efeito traumático do 'puxar o tapete' na realidade do consulente. Dependendo do seu nível de autoconhecimento, ele pode agir de forma construtiva ou destrutiva provocando ou não manifestações de desequilíbrio homeostático em seu corpo mental ou físico.

O signo de Virgem merece uma dissertação à parte. Durante os cursos do professor PhD Amit Goswami, que frequentei entre 2013 e 2014, ele afirmava diversas vezes que ao longo dos últimos quatrocentos anos, ou seja, a partir do advento do Iluminismo e da ciência exclusivamente empírica, o ser humano dedicou-se quase que exclusivamente ao “fazer” em detrimento do “ser”. Em outras palavras, a Humanidade como um todo afastou-se dos fenômenos metafísicos e, consequentemente, das premissas da espiritualidade e da subjetividade, para tornar-se submetida ao objetivo exclusivo do mundo material, ou seja, o trabalho e as conquistas do mundo manifesto. A teoria determinista da ciência empírica influenciou sobremaneira a visão de mundo do ser humano em todos os quesitos de sua vida: se eu trabalhar e cumprir com meu papel na sociedade materialista, terei sucesso e felicidade, por exemplo. As religiões judaico-cristãs também adaptaram-se a este pensamento determinista confortavelmente, uma vez que já haviam bebido da fonte do determinismo muito antes da ciência newtoniana: se você for batizado, vai para o Céu. Caso contrário, o Inferno será seu destino. Até mesmo a Astrologia não resistiu à vertente determinista e, até hoje, muitos astrólogos se rendem à interpretação determinista ou fatalista do mapa astrológico, e isto é fácil de perceber nas previsões catastrofistas que permeiam as redes sociais. Portanto, o “fazer” foi priorizado como a busca pela construção do sucesso e da felicidade, pois além de produtiva e realizadora, a atividade ininterrupta desviava o ser humano das dúvidas e prevenia de possíveis acontecimentos ou não conformidades em sua vida. No entanto, a realidade da vida individual demonstrava que isto estava longe de ser verdadeiro com o passar do tempo.

O “fazer” nada mais é do que uma das representações do arquétipo de Virgem, signo do cotidiano, da organização da rotina e da prevenção das inconformidades. Mesmo que o signo de Virgem não seja relevante em seu mapa de nascimento, a sua casa 6 tem analogia com este signo. A casa 6 é justamente a casa dedicada à rotina, ao trabalho, à organização da vida de tal forma a prevenir problemas. Esta prevenção também atinge a saúde preventiva, ou seja, se seu trabalho e outras atividades são saudáveis e cheias de motivação, dificilmente você irá adoecer. Isto é verdadeiro até certo ponto.

Agora que identificamos o “fazer”, vamos falar do “ser”. De acordo com o professor Goswami, o “ser” é o estado contemplativo, de repouso, do não-fazer. Este repouso não é rolar a tela do celular para conferir as mensagens enquanto coloca os pés sobre a mesa. Não é ler ou assistir TV. É simplesmente parar e tomar consciência do si-mesmo ou do self. Atentar para a respiração, por exemplo, é um bom começo. Tomar conhecimento do aqui e agora e, principalmente, conseguir abrir espaço na mente para o intelecto supramental. No ativismo quântico do professor Goswami, o intelecto supramental é a intuição criativa que acessamos quando estamos em estado de solidão contemplativa. Estes momentos provocam intervalos cada vez maiores entre pensamentos recorrentes na nossa mente e acabam por dar a oportunidade para conteúdos do inconsciente coletivo se aproximarem da nossa consciência criando aqueles insights criativos. Podem também ser entendidos como conteúdos do mundo das Ideias de Platão, onde o conhecimento criativo é revolucionário e cristalino em sua essência. Quantas vezes, ao longo dos últimos 30 dias, você entrou neste estado? Se você faz meditação regularmente, pode ser que tenha mais facilidade de acessar seu intelecto supramental. No entanto, muitas vezes, algumas práticas meditativas podem se transfigurar em práticas do “fazer”. O 'mindfullness' é um exemplo disto. O ideal é simplesmente observar a natureza, o barulho do vento, a sensação do Sol na pele e apenas observar a respiração. Não há segredos ou complexidades, mas o mundo pós-moderno com suas distrações e obrigações dificultam este estado, por isto que a Humanidade está cada vez mais doente.

Voltando ao professor Amit Goswami e seus preciosos ensinamentos, ele recomenda em seu curso o equilíbrio entre o “ser” e o “fazer” que, por si só, é uma poderosa terapia que conduz à homeostase, se combinada com o autoconhecimento astrológico profundo. No entanto, uma minoria busca este equilíbrio e autoconhecimento. A grande maioria navega no caos das ondas de possibilidades, que apenas se multiplicam longe da observação consciente. Esta maioria se depara com os ciclos de Plutão que, em meio ao caos da falta de prevenção da interpretação astrológica, acabam sendo assimilados como destruidores e traumáticos. Os aspectos de Plutão têm duração de, aproximadamente, sete anos. Ao longo deste período, o trânsito de Saturno também promove outras sincronicidades que podem encaminhar o indivíduo às escolhas conscientes e ao salto quântico evolutivo. Mas, sem o primado da consciência desperta e o equilíbrio entre o “ser” e o “fazer”, o ser humano não consegue lidar com os ciclos plutonianos, o que interfere em sua homeostase e, consequentemente, provoca doenças plutonianas, ou seja, auto-imunes ou autodestrutivas como o câncer. É aí que entra o Arsenicum album com sua grande capacidade de despertar a consciência do ser humano que entra em sintonia com seu aqui-e-agora, além do entendimento profundo dos ciclos de mudanças promovidos por Plutão. A sutileza de sua ação é perceptível por meio dos sonhos durante o processo terapêutico e os devidos insights criativos. O correto entendimento do consulente do seu momento de vida acaba promovendo a autocura pois, a cura não vem do medicamento ou do entendimento dos ciclos astrológicos, mas da tomada de consciência e das escolhas do consulente.

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