A Banalização da Ciência Espiritual

 


 Hoje em dia é comum ver anúncios do tipo:

Desbloqueie sua Prosperidade com um Aulão de Cabala.”

E ainda se pergunta o porquê de tanto caos no mundo pós-moderno super evoluído. Explico: paulatinamente valorizando-se o racionalismo materialista crescente dos últimos 400 anos, chegamos ao auge da banalização da ciência espiritual. Este anúncio acima, dentre outras centenas do mesmo tipo, representa esta banalização. Aliada ao enfraquecimento da cognição humana cada vez mais dependente da inteligência artificial, a ciência espiritual vem ganhando rótulos de cura e terapia instantâneas aliadas ao uso de entorpecentes que ganharam o trono de placebos fantásticos, que purificam os chakras ao mesmo tempo que combatem a queda de cabelos. Por terem origem indígena ou de 'povos ancestrais' são automaticamente aceitos sem reservas.


De todo o tempo que você me conhece, de todos esses vários anos aí, mais de 15 anos que a gente se conhece, eu sempre reclamei de Saturno e das quadraturas de Saturno. Eu sempre tive medo, angústia, e toda vez que se aproximava, ou eu queria saber se tinha algum trígono, algum sêxtil aí para dar uma aliviada, alguma coisa boa que pudesse acontecer.”


Vou apresentar alguns recortes da mensagem de um cliente como este acima que, como tantos outros, se dirigem a uma consultora que observa a sincronicidade entre o que está em cima com o que está embaixo. Este é o papel da astróloga aqui que, sempre com muita reverência ao macro e microcosmo, percebe com humildade ser uma simples tradutora desta linguagem divina que beneficia e transforma vidas. O trabalho de consultoria astrológica não é para qualquer um. Não estou me referindo apenas a mim, mas a todos os clientes que, como este do recorte acima, desenvolvem a paciência para compreender que o autoconhecimento não se atinge através de um “aulão de Cabala” ou de “faça seu mapa astral completo com 450 páginas por 79,90”. Relatórios gerados por banco de dados são tão enfadonhos e superficiais como qualquer um dos vários manuais de Astrologia. Estes manuais são úteis para qualquer principiante, que quer entender configurações básicas como as combinações astros-signos-casas. A interpretação exige uma visão perspicaz, cirúrgica e, principalmente, intuitiva que nenhum manual ou curso irá ensinar.

Imagine John Dee aconselhando a Rainha Elizabeth I. Consegue pensar nele dizendo para ela baixar um app grátis, que irá delinear os próximos aspectos em seus ciclos planetários para coordenar o poderoso reino britânico? Estranho, não? A Ciência Espiritual é muito mais antiga do que você pensa e dispensa qualquer recurso moderno. Claro que é muito mais prática a utilização de algumas ferramentas para desenhar o mapa ou pesquisar as efemérides online. Mas, são ferramentas, não análises ou respostas. As ferramentas tecnológicas à disposição do astrólogo são excelentes e economizam seu tempo. Mas, o olhar cirúrgico e intuitivo sempre será necessário desde John Dee até os tempos atuais.


E aí, depois da nossa última consulta, quando eu vi que terei um grande período da minha vida, de diversos aspectos, sofrendo quadraturas, acho que provavelmente Saturno já fez a quadratura com Marte e Vênus, meu Marte, meu Vênus aí depois está enquadrando Júpiter e Mercúrio e aí depois, um ano, um ano e meio vai enquadrando o Sol e aí surgiu aquela carta o Nove de Espadas e aí, uma semana atrás mais ou menos eu tive um estalo, eu estava realmente meio angustiado mas aí eu percebi que isso está me motivando eu estou conseguindo estudar eu estou buscando conhecimento eu estou buscando e efetivamente estudando e eu estou ficando mais aparentemente tranquilo.”


Jogar um aulão ou um manualzão de 450 páginas no colo do cliente faz de você um explorador desonesto. Não trabalhe com a Espiritualidade, você a está desrespeitando. Você está ofendendo não apenas John Dee, mas Zoroastro, Hermes de Trimegisto, Orfeu, Viracocha e tantos outros herdeiros das civilizações atlante e lemuriana, que fizeram sacrifícios para entregar à Humanidade uma ciência que era primordial para a formação de uma nova civilização. É com este conhecimento que, quando nos dedicamos o suficiente para ouvir os “estalos” dos clientes, ou seja, seus saltos quânticos astrológicos, sentimos uma profunda gratidão a estes precursores acima. Infelizmente, percebo que este tipo de dedicação está se tornando cada vez mais escasso. A busca pelo imediatismo e, muitas vezes, pelo hedonismo puro e simples, têm afastado as almas de seu centro original, de seu Cristo-Sol e tornando as mentes vulneráveis à manipulação daqueles que apenas visam o lucro, não a evolução do ser humano.

Está cada vez mais claro que outro evento de destruição em massa não demora a chegar. A destruição de Atlântida ocorreu há cerca de 13 mil anos pelo dilúvio bíblico, cujas referências catastróficas também são registradas em megalitos no Peru, na costa oeste da Europa e em outros sítios arqueológicos.


e aí eu percebi, que eu preciso delas eu preciso dessas quadraturas porque sem elas eu fico indolente eu fico inerte, fico preguiçoso e elas trazem o desconforto necessário para fazer uma mudança significativa da minha vida só que essa constatação, embora por teoria a gente saiba disso, que são nesses desafios que a gente cresce, etc, a gente não quer, porque sofre a gente sofre também, a gente sente dor e a gente não quer sentir dor mas agora eu acolho eu vejo que eu preciso, eu quero essas quadraturas.


Os aulões, as terapias fast-food, os entorpecentes bacaninhas apenas oferecem uma coisa: o escapismo. Fugir da dor e do desconforto. Afinal, deve-se postar aquela foto sorridente à beira de uma praia no Instagram, certo? Este efeito, este 'barato” está terminando cada vez mais rápido até não haver outra droga forte o suficiente para fugir do desconforto. Os astros circulam nosso mapa de nascimento ao longo de toda nossa vida na Terra, as quadraturas sempre virão e a mudança significativa pode levar anos, mas a responsabilidade de se aprofundar e entender seu potencial pelos desafios das quadraturas está acessível àqueles que querem sair do permanente micro-samsara de cada um.


Eu não sei como é que será a quadratura com o meu sol, né? Eu só preciso ficar tranquilo. Só ficar tranquilo e acolher essas mudanças, né? Que estimulam. Eu acho que eu sairei melhor. Então, eu tô muito mais tranquilo com essa quadratura, sabe? Esse desconforto, essa inquietude mental. Eu tô deixando de lado um pouco assim, parte da loucura mesmo. E tá se tornando realmente um estímulo para eu buscar outra coisa. Legal, era isso.


A incerteza incomoda, mas ela existe até na física quântica. Como uma ciência tão exata pode aceitar a incerteza? Trata-se da nova ciência, que trouxe novos paradigmas desde o começo do século XX, mas ainda não é tão assimilada. Outro dia, durante uma leitura antroposófica, levantou-se a questão de que dentre os doze tronos zodiacais, os mais resistentes são Touro, Leão, Escorpião e Aquário. Entendi, na minha visão de astróloga, que são os signos de modalidade Fixo encontrados na composição da esfinge de Gizé que tem mais de 10 mil anos! A esfinge representa tradicionalmente o homem e demonstra sua tendência a resistir frente a mudanças ou novos paradigmas. Ela é o desafio para o ser humano transcender sua rigidez com tranquilidade em direção ao estímulo das mudanças de Eras.


Se você leu este artigo até aqui, parabéns! Poucos são aqueles que buscam a Verdade em detrimento da ilusão. Portanto, convido você a ficar atento a uma nova série de vídeos sobre a História da Ciência Espiritual, que pretendo publicar semanalmente. Vamos entender a origem destas pérolas divinas que seres singulares nos deixaram e que precisam de maior cuidado, respeito e amor a fim de que mais esta civilização não fracasse. Mas, minha intenção não é só esta. Quando você compartilha meus textos e vídeos, você está estimulando o outro Ser em sua jornada rumo à transformação, ao entendimento de sua esfinge interna e a promover seu salto quântico astrológico. Ajude-me a lutar contra a banalização da ciência espiritual, que está contribuindo com o caos psíquico nesta nova Idade das Trevas.


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