Solstício do Deus Renascido
“Quem é tocado pelo poder do Ser Solar vê o Cristo aproximar-se da Terra.”
A proximidade entre as celebrações do Solstício de Capricórnio e o Natal não é mero acaso. Ambas representam o nascimento de um deus solar ou um herói.
Todo herói é um exemplo de brilho, liderança e coragem que conquista o mais alto status de reconhecimento vencendo adversidades e limites.
Jesus Cristo inaugura o Novo Testamento encaminhando a Humanidade para o amor sem barreiras, incluindo o perdão às ofensas. Quando ele diz que é o caminho para chegar ao Pai, refere-se ao autoconhecimento, pois afirmou que qualquer um pode realizar suas obras e até mais, quando alcançam a totalidade de seu potencial. Tão diferente do deus jupiteriano do Velho Testamento, implacável em sua justiça “olho por olho, dente por dente”.
Osíris unificou o Egito e o tornou uma poderosa potência da Antiguidade.
Odin demonstrou que para alcançar a sabedoria rúnica, deve sacrificar-se.
Hércules precisou percorrer doze desafios mortais para provar seu valor como herói e semideus.
Um mistério comum a todos os heróis e mitos é o renascimento. Após ser crucificado, Jesus tornou à vida antes de subir aos céus. Osíris foi morto por seu irmão Seth, mas foi ressuscitado por Ísis e sua magia poderosa a tempo de conceber o deus do Novo Aeon, Hórus. Odin e Hércules confrontaram a morte tornando-se cada vez mais poderosos. Este é o segredo do renascimento do herói: a transmutação do ego em self, a lapidação da alma ou, alquimicamente dizendo, a transformação do chumbo (Saturno) em ouro (Sol).
Em outras palavras, o caminho crístico é o caminho solar que parte da esfera Tiphareth (Cristo-Sol) da Árvore da Vida para chegar a Kether (Urano- Criador). Apegar-se ao ego e resistir à sua morte é uma desarmonia do ser humano. Quando planejamos e almejamos alguma realização como status ou símbolo de sucesso, começamos a assimilar o arquétipo capricorniano da perseverança em “vencer na vida” ou chegar ao topo da montanha. E não há nada de errado nisso. No entanto, se entendermos o processo do herói como um todo, o sucesso atingido não é absoluto ou eterno, mas apenas mais uma etapa evolutiva do nosso herói interno. Conforme nos aproximamos da nossa pedra filosofal ou aurum nobilis, mais fácil é abdicar das representações do ego, mais puros e autênticos nos tornamos. É assim que damos a oportunidade para nosso herói renascer mais forte e poderoso desvencilhado da estagnação ou do medo de perder aquilo que foi conquistado. Este é o mistério do renascimento que Cristo-Sol, Osíris, Hércules e tantos outros heróis solares de diferentes tradições nos legaram, além do princípio primordial das terapias holísticas na busca da harmonia entre os corpos de manifestação.
A tradição pagã que antecede a cristã em milhares de anos celebra o solstício de Capricórnio (verão no Hemisfério Sul, inverno no Hemisfério Norte) que ocorre entre os dias 20 e 23 de dezembro. Esta celebração também chamada de Yule, o retorno do deus, consiste em enfeitar uma árvore com cristais, saquinhos de ervas e mensagens para depois queimá-la, simbolizando o renascimento do Deus a partir do fogo sagrado da Deusa Mãe. Eis as origens da tradição cristã.
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