Astrogenética
Astrogenética
A Árvore da Vida e o Arcano V, O Hierofante
Regência: Touro
O autoconhecimento, a orientação oracular, as indicações terapêuticas estão todos vinculados nas ciências esotéricas. Várias vezes mencionei que a Astrologia, a Numerologia e o Tarot encontram-se na Árvore da Vida, instrumento sistematizado pela Cabala, mas com origens que a transcendem e remetem ao Hermetismo. É imprescindível para qualquer profissional oracular e terapeuta o profundo estudo da trindade acima para a correta e completa orientação ao outro.
E esta orientação deve começar pela alteridade frente ao consulente. Quando traçamos seu perfil por meio do mapa astrológico e conversamos com ele, percebemos sua sensibilidade, seus medos, seu processo de raciocínio, seus sonhos e, algo que nem sempre é evidente: seus valores ou construções axiológicas.
Desta forma, toda consulta voltada ao autoconhecimento, seja astrológica, tarológica ou por meio de qualquer outra arte divinatória, deve ser contextualizada pelo cliente. A partir desta contextualização, como astróloga, posso detalhar e especificar a interpretação do mapa astrológico e respectivas previsões, sem contar a orientação terapêutica mais minuciosa.
Todo o feedback é importante. Quem acredita que deve emudecer durante uma consulta para 'não interferir' não tem conhecimento suficiente para entender que, a principal ferramenta do astrólogo são os gráficos que demonstram a correspondência do macrocosmo com o microcosmo do indivíduo no momento do seu nascimento, ao contrário de muitos psicólogos e psicoterapeutas que têm o comportamento circunstancial do cliente como recurso para interpretação de sua alma, o que é sujeito a enganos.
Contextualizar com o astrólogo, principalmente com sua historicidade, faz com que ele organize e identifique a “falha” entre o potencial do mapa astrológico e a realização do mesmo. Em outras palavras, assim como o estudo da genética demonstra tendências e características físicas hereditárias, a morfogenética compõe os potenciais herdados dos ancestrais. A Astrogenética reúne ambas, apresentando as complexidades entre as heranças físicas e espirituais.
Como não poderia deixar de ser, tudo começou no Egito Antigo. A “corda dupla egípcia” (vide imagem) foi encontrada em uma escultura e demonstra doze pessoas retirando da boca de Aken (deus criador) duas cordas entrelaçadas, tal qual a dupla hélice genética. Eis o código cósmico, pois somos feitos do pó das estrelas ou dos registros dos doze signos. É até simples entender, uma vez que os doze signos são formados a partir dos quatro elementos (Fogo, Ar, Água e Terra) que, por sua vez, são formados pelas quatro energias primordiais (Quente, Úmido, Seco e Frio), assim como o código genético é formado por quatro bases nucleotídicas (Adenina, Citosina, Timina e Guanina). Simples coincidência? A sincronicidade e a numerologia cabalística não permitem coincidências. Conforme nos tornamos conscientes, silenciosos e despertos, questionadores e observadores, mais percebemos que a coincidência é uma ilusão ou ignorância de uma ocorrência mais profunda ou oculta à superficialidade dos olhos humanos.
Este código cósmico seleciona elementos do Universo ou da psique coletiva para compor as mais diferentes manifestações da vida na Terra. Existem elementos de definição coletiva e individual, mas estas definições são potenciais. A seleção individual obedece a códigos também individuais e singulares, conforme o Hierofante de cada um de nós.
O Hierofante, no sistema cabalístico, apresenta os padrões, códigos, valores e organiza todos os potenciais de cada ser. Ele é o codificador e o decodificador. É o arcano do Tarot que possui a maestria, os padrões, os códigos, as leis e as doutrinas necessárias para conduzir a vida. Ele traduz ou transforma a genética e a morfogenética em nosso mestre interno.
O caminho do Hierofante na Árvore da Vida organiza a criação arquetípica da esfera netuniana de Chokmah no primeiro passo para a realização de potenciais quaternários e jupiterianos na esfera de Chesed. Em outras palavras, as esferas da criação e da expansão são os regentes do signo de Peixes (Netuno e Júpiter), que evocam a criação sempre a partir do mundo sutil da espiritualidade ou da dimensão invisível e divina.
A partir da dimensão divina, passando pelo mestre interior com o objetivo da realização de potenciais, o que dá errado neste caminho? Por que muitos não alcançam a realização do seu potencial e tornam-se infelizes, depressivos, doentes, suicidas, se o código cósmico é perfeito?
Durante o desenvolvimento de nossa historicidade podemos ou não estar inseridos em uma família, em instituições, cidades, países que podem ou não estimular a “fabricação de nosso aurum nobilis”. Por isto que o sistema cabalístico é criativo, mas também é evolutivo. Quando tentamos entender qual foi o elemento desarmônico instaurado no sistema, precisamos pesquisar as rupturas na sincronicidade entre o movimento planetário concomitante à historicidade ao longo do tempo. Os períodos de crise, doenças, perdas devem ser identificados também nos ciclos respectivos, pois revelam a ruptura da harmonia preconizada pelo Hierofante.
Os dozes signos e suas cordas egípcias ou hélices duplas entrelaçadas pela localização planetária compõem nossos códigos cósmicos singulares: talentos, propensões, superações, conexões, intelecto, sonhos, abstrações e tudo aquilo que nos trouxe à manifestação no plano material. Mas não basta conhecê-los sem conhecer o percurso individual e suas circunstâncias locais e relacionais. O autoconhecimento e a autocura dependem do tempo e do espaço em que empregamos nossas possibilidades. Os limites impostos e a fluência das possibilidades no decorrer da vida são alertados pelo Hierofante. Precisamos estar em contato contínuo com ele.
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