Perfeição e Beleza Crísticas

 

Todos os heróis e salvadores são retratados como belos e perfeitos. Não estou apenas me referindo ao Superhomem, Capitão América, Adão Negro ou ao Hércules cinematográfico, pois eles foram inspirados nos grandes heróis da Humanidade como Jesus Cristo, Osíris, Odim, Buda e o próprio Hércules mitológico. Independentemente da fé de cada um que esteja lendo isto, todos irão concordar com o fato de que os heróis têm uma coisa em comum: o ícone ou referencial de valores como o Bem, a Verdade e o Amor. São valores que aproximam o ser humano da perfeição divina e do autoconhecimento que promove a busca na direção do aurum nobilis ou a pureza essencial alquímica.

No âmbito esotérico, a Árvore da Vida (sistematização da Evolução e da Criação cabalísticas) possui uma esfera central chamada Tiphareth que reúne todos os mitos de todos os heróis, além do herói ou heroína que habita individualmente cada um de nós. A busca deste herói é realizada pelo autoconhecimento e, mais especificamente, pelo reconhecimento do Sol, astro regente de Tiphareth. O Sol em nosso mapa astrológico de nascimento conta a história ou o mito do nosso herói individual e indica o caminho pessoal da Perfeição e da Beleza. Ele manifesta, ou deveria manifestar, todo o potencial de realização da nossa alma ou self. Ao longo da vida e dos ciclos planetários, transformamos os potenciais da jornada que escolhemos, as sombras em luz, os medos em vitórias e o chumbo que encontramos em nosso caminho em ouro reluzente. A superfície que a grande maioria conhece sobre seu próprio Sol ocorre via Astrologia “fast-food” promovido pela mídia mainstream. O exemplo disto é a reportagem do Correio Braziliense divulgando que os arianos e taurinos terão “sorte” em 2023, devido ao trânsito de Júpiter nestes signos. Trata-se de um dos recursos da grande mídia para desacreditar as ciências herméticas, sua beleza e profundidade espirituais. Uma vez que, aqueles que acreditam nos reflexos do fundo da caverna de Platão tal como acreditam no que lhes é apresentado pela grande mídia, tornam-se frustrados pela não concretização dos tais vaticínios da astrologia fast-food, eles se distanciam cada vez mais do brilho ofuscante do Sol fora da caverna. E este, de forma geral, é um dos grandes desafios das gerações nesta transição para a Era de Aquário: manter seu herói lúcido o suficiente para que suas escolhas conscientes não permaneçam nas amarras da ilusão. Infelizmente, os crescentes índices atuais de depressão e doenças correlatas indicam o contrário. Por mais que seja doloroso olhar para o brilho do Sol fora da caverna, por mais que o caminho do autoconhecimento nos desafie a quebrar padrões que nos isole da maioria, devemos lembrar que os heróis solares como Cristo, Buda, Hércules, Osíris e outros tiveram seu quinhão de lutas, sacrifícios, sofrimento e solidão até chegar à perfeição e à Verdade Divina. Passaram pelo sacrifício e pela morte para nos revelar o brilho e a beleza de Tiphareth, a esfera central da Árvore da Vida que conecta e suporta os pilares que a sustentam. Tiphareth conecta o mundo inferior da manifestação física com o mundo superior da Substância Arquetípica.

Em Tiphareth, encontramos os ideais arquetípicos concentrados num foco e transmutados em ideias arquetípicas. Ela é, na verdade, o Lugar da Encarnação. Por esta razão, chama-se A Criança. É porque a encarnação do ideal de Deus também implica a desencarnação sacrifical, atribuem-se a Tiphareth os mistérios da crucificação, e todos os deuses sacrificados são colocados nesta esfera quando se sobrepõem os panteões à Árvore. Deus pai é atribuído a Kether; mas Deus filho, pelas razões dadas acima, é atribuído a Tiphareth.” Dione Fortune, A Cabala Mística.

Esta esfera também é representada pelo hexagrama, ou seja, dois triângulos sobrepostos cujos vértices, inferior e superior, guardam um dos ensinamentos herméticos mais importantes: o que está em cima é como o que está embaixo, o que está embaixo é como o que está em cima. A lei da correspondência de Hermes de Trimegistro foi confirmada pela interconexão de partículas quânticas, ou seja, tempo e espaço são ilusões no paradigma quântico.

Além da estrela de 6 pontas, os “6” dos arcanos menores do Tarot também estão contidos na esfera de Tiphareth. O seis de Paus, o seis de Ouros, o seis de Espadas e o seis de Copas, cada um representando cada elemento da Natureza: Fogo, Terra, Ar, Água, respectivamente. O Tarot também é uma ferramenta para o autoconhecimento e a meditação, que nos ajuda na peregrinação rumo à perfeição.

O Tarot de Crowley, em especial, nos ajuda a visualizar e contemplar os quatro reinos da manifestação e seus temperamentos humanos: as emoções, as sensações, a mente e a intuição. As 4 manifestações nos tornam um ser completo em nossa encarnação na Terra. As emoções nos sensibilizam, as sensações nos dão prazer, a mente nos dá discernimento e a intuição nos impulsiona a ir além das demais. Sempre dedicaremos atenção a elas pois, em conjunto com os ciclos planetários podemos evoluir ao longo de nossas encarnações e vivências desenvolvendo o potencial dos nossos mapas de nascimento.


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